quarta-feira, 10 de junho de 2009

O NADA É MEU EXÍLIO

Edith Piaff canta Douce France no silêncio de mim mesmo.
Eu em Paris, a esmo.
Amanhã, pego e rasgo meu bilhete do metrô.
Vou pular o muro de medo e de sombras.
Volto ao meu destino.
Não quero Sacré-Coeur na próxima parada.
Quero estrelas do Jaçanã, num Trem das Onze, despencadas na janela.
Dividir com quem esta tristeza?
Sou uma alma sem igual, um ser invisível e o nada é meu exílio.
Amanhã, volto ao meu destino.
Não quero mais sentir saudades de mim mesmo.
(Do livro São Paulo de Todos os Milagres, de Miguel Arcanjo Terra)

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