A procissão de São Miguel, para lavar o santo, saía às 8 da noite. Da Igreja até o ribeirãozinho, o festeiro carregava o santo nos braços, coberto por um manto de veludo. Na beira do ribeirãozinho, o manto do santo era tirado para um banho ligeiro e a procissão voltava para a Igreja.
Mas, certa vez, o festeiro Eduvirge, dentista por prática e necessidade, meio bêbado, deixou o santo sumir das mãos para a correnteza e a escuridão. Fazer o que?
Então, ele cobriu com o manto um dos seus braços, que era do mesmo tamanho do santo. E com outro, fingiu segurar. A procissão voltou e ninguém percebeu nada.
Mas, diante do altar, fazer o que?
Num gesto solene, Eduvirge abriu e estendeu com as duas mãos o manto vazio e dramatizou:
--- Milagre! Milagre!!! São Miguel voltou para o céu!!!
Velhas carolas gritaram de medo e Padre Chico se benzeu.
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